Cestos, quintandeiras e camarões


Quando penso nos camarões que se compravam em Luanda, associo-os sempre à imagem de um recipiente de verga, de lata ou mesmo de plástico, em que estes pequenos crustáceos se empilhavam numa pirâmide, não muito acentuada. Ligeiramente enterrada, para não cair, observa-se uma pequena lata, que originalmente servia de embalagem a uma marca de margarida ainda bastante conhecida e que agora, já um pouco ferrugenta e abaulada, serve de medida à quintandeira que faz venda dos camarões. Como é evidente estamos a falar de animais recém apanhados, que os fregueses irão cozer em grandes tachos, onde colocaram água com bastante sal, assim como uma quantidade razoável de gindungos. Uma fervura de 5 minutos irá levar os camarões ao seu ponto certo, mas era importante não esquecer de tapar o tacho. Caso contrário teríamos direito a alguns ataques de tosse, devido ao vapor carregado de pequenas partículas provenientes do gindungo. Depois de cozidos, e, de terem arrefecido, eram colocados na geladeira. Porque camarão quente não tinha graça!

Foi assim que me lembrei da açorda de camarão no forno (p. 25), que quando realizada com bons produtos é um prato excelente.



Comentários

Tuquinha disse…
que maravilha essa açorda....
como eu gostaria de conhcer àfrica...o meu marido está a trabalhar há 3 anos no Huambo e apaixonou-se ....por tudo.
talvez um dia quem sabe ainda lá vá?.....
beijos e mais uma vez obrigada pelo magnifíco blogue
Fa disse…
A África a que aqui me refiro neste blog é a dos anos sessenta e setenta, mas certamente que Angola continuará a ser um bonito país para visitar e para aproveitar a comer uma excelente muamba.

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