"Artilharia pesada" para bolos


Hoje vivemos num universo culinário dominado pelo silicone. Existem formas dos mais diversos formatos e cores, que podemos dobrar e torcer, capazes de ficarem mesmo nas posições mais indesejáveis e instáveis. Muitas vezes facilitam a acção da gravidade, assim como favorecem a génese de tensões laterais de que resultam forças que actuam sobre os nossos preparados, deixando-os num estado de lamentável deformação só comparável às dobras e fracturas que afectam as rochas da crosta terrestre. São contudo suaves ao tacto e muito leves, sem necessitarem de grandes esforços em termos de limpeza, uma vez que até as podemos colocar na máquina da loiça. As cores também são apelativas - é o tropicalismo em toda a sua exuberância. Porém a minha relação com as formas de silicone não tem sido pautada pelo sucesso, como já deu para perceber. Alguns bolos terminaram aos bocados e necessitaram de ser disfarçados. Não é que isto não aconteça com outro tipo de recipientes, mas os de silicone vêm à partida acompanhados com uma publicidade que nos remete para um mundo de facilidades no processo de desenformar bolos.

Comentários

Tuquinha disse…
estou deslumbrada com o seu blogue.Gostei...Gostei muito e não deixarei de o consultar todos os dias...
beijos
Tuquinha disse…
eu tenho uma forma igual a essa que era da minha mãe....
diga-me por favor: ainda a utiliza? eu gostava de a utilizar mastenho receio de não me entender com o tempo de cozedura...pode dizer-me alguma coisa sobre isso?
obrigada e beijos
Fa disse…
Muito obrigada pelas suas palavras de estímulo. Quanto à forma, de acordo com as indicações da minha mãe, no início deve ter os buracos laterais fechados, mas a meio da cozedura devem ser abertos para ajudar o bolo a "secar". É uma questão de experimentar com um bolo relativamente simples.

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